segunda-feira, 5 de abril de 2010

Macaúba: grande potencial para ser utilizada como biodiesel




A macaúba é versátil e tem potencial de produção cinco vezes maior que a soja. Nativa do serrado, é a nova aposta de especialistas e pesquisadores do setor para alavancar a produção de biodiesel no país.

Em Lima Duarte, na zona da mata mineira, o plantio de 1,5 milhões de mudas da palmeira em viveiro é resultado de parceria de empresa de um grupo europeu com a Universidade Federal de Viçosa, em que pesquisadores brasileiros desenvolveram a técnica de germinação da palmeira em laboratório. O objetivo é criar um complexo agroindustrial para produção de óleo vegetal e co-produtos, tendo como matéria prima o coco da macaúba.

O projeto em Lima Duarte foi criado pela empresa Entaben Ecoenergéticas do Brasil, , empresa do grupo espanhol Entaban, considerado o maior produtor de bicombustível da Europa. A meta é implantar 60 mil hectares de Macaúba em Minas Gerais, e 5 módulos de 12 mil hectares no norte do Rio de Janeiro. Para cada módulo será implantado uma usina de extração de óleo.

Além da alta produtividade de óleo comparado ao do outras oleaginosas (em relação à soja, que é a principal fornecedora de óleo vegetal para biodiesel no Brasil atualmente, a variação de quilo de óleo por hectare), o processo de produção do óleo vegetal da macaúba tem o potencial de produzir pelo menos cinco co-produtos (dois tipos de óleo, dois tipos de torta utilizada para ração animal e o carvão do endocarpo). As pesquisas iniciais apontaram potencial de produção variando de 2.500Kg a 6.000Kg de óleo por hectare, dependendo do material genético, dos tratamentos silviculturais e da densidade de plantio.

O óleo é de alta acidez e não poderia ser inserido no processo de transesterificação (reação química em que o álcool do éster reagente é substituído por outro álcool) utilizado para converter o óleo vegetal em biodiesel sem um pré-tratamento. Na maioria, os óleos de alta acidez têm sido destinados às indústrias de sabão, cosméticos, asfalto e cerâmica. Em Jaboticatubas - MG, uma empresa privada já conseguiu desenvolver a produção de óleo vegetal da macaúba de baixa acidez. Foram três anos para desenvolver essa destilação, até então não existia um meio para extração do óleo de alta qualidade em escala industrial.

A Macaúba pode reativar o renascimento do programa do biodiesel no país. O primeiro passo foi dado, com a domesticação da palmeira, ou seja, com a técnica de germinação em laboratório por pesquisadores da UFV.

Fonte: Jornal Estado de Minas, 2ª edição, dia 24 de março de 2010

Comentário:Um complexo agroindustrial “é a constituição formada pelo antes, dentro e depois da porteira que está associada ou envolvida com os produtos agroindustriais”. As empresas interessadas em investir na germinação em laboratório do coco da macaúba, irão propiciar para o Brasil um grande desenvolvimento, já que tem potencial de extração em escala industrial. A capacidade de produção da macaúba é 5 vezes maior que a soja, e ainda pode produzir co-produtos. Sem dúvidas, essa produção irá alavancar o consumo do biodiesel pelos brasileiros. Esse estudo promete! Ta aí uma boa jogada: explorar o coco da macaúba!

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