terça-feira, 4 de maio de 2010

Biocombustíveis são 'crime contra a humanidade'




Biocombustíveis são 'crime contra a humanidade', diz relator da ONU
Produtos seriam responsáveis por redução da área destinada ao plantio de alimentos.
Comissão Européia deve propor supressão de subvenções a essa forma de energia.

A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou nesta segunda-feira (14) o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã.

Os críticos dessa tecnologia argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.

Ziegler pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que mude suas políticas sobre os subsídios agrícolas e deixe de apoiar apenas programas destinados à redução da dívida. Segundo ele, a agricultura também deve ser subsidiada em regiões onde se garanta a sobrevivência das populações locais.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Peer Steinbrueck, deu seu apoio ao apelo feito pelo FMI e o Banco Mundial neste fim de semana para responder à crise gerada pelo aumento de preços dos alimentos, que está gerando violência e instabilidade política em inúmeros países. "A Alemanha não fugirá de sua obrigação nesse tema", afirmou Steinbrueck.

Conflitos e problemas
Ziegler acusou a União Européia de dumping agrícola na África. "A UE financia as exportações de superávits agrícolas europeus para a África, onde são oferecidos pela metade ou a um terço de seu preço de produção", queixou-se Ziegler. "Isso arruina completamente a agricultura africana", acrescentou.

Em entrevista ao jornal francês Liberation, Ziegler também advertiu que o mundo se dirige para "um período muito longo de distúrbios e outros tipos de conflitos derivados da escassez de alimentos e aumentos de preços".

Nesse contexto, a Comissão Européia indicou nesta segunda-feira que vai propor a supressão das subvenções para os cultivos destinados à produção de biocombustíveis, em meio à crescente polêmica causada pelo desenvolvimento dessa fonte de energia para lutar contra a mudança climática.

Vários outros dirigentes europeus já manifestaram preocupação com a utilização da produção agrícola com fins energéticos em detrimento dos alimentos, num contexto de alta dos preços das matérias-primas. "A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier.

A França propôs nesta segunda-feira uma iniciativa européia frente ao aumento de preços das matérias-primas e a crise alimentar que isto provoca, impulsionando um apoio reforçado à agricultura comunitária e uma ajuda maior a este setor nos países pobres.

"Em um mundo em que vai ser necessário produzir mais e melhor para alimentar nove bilhões de habitantes, há necessidade dos esforços de todos e também da Europa", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier, ao antecipar as grandes linhas da proposta que deve apresentar a seus colegas da União Européia em Luxemburgo.

FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL400150-9356,00-BIOCOMBUSTIVEIS+SAO+CRIME+CONTRA+A+HUMANIDADE+DIZ+RELATOR+DA+ONU.html

COMENTÁRIO:
Não adiantará resolvermos um problema e criarmos outro. O plantio destinado à produção do biocombustível deve possuir determinada proporção que não prejudique os preços dos alimentos! Para o bem de todos, regras claras deverão ser criadas para que não haja destinação errônea das terras férteis. Como afirmou o ministro francês da Agricultura: "A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária. Outra forma de garantir a paz das nações seria o incentivo igualitário dos governos dos países ou a paralização desses incentivos, desta forma os direitos seriam iguais para os países, que não teriam conrrência tão desleal em relação aos países pobres. O mundo já está violento e instável o suficiente para não arrumarmos ainda mais problemas sociais!

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