segunda-feira, 14 de junho de 2010

Reciclagem verde gera bio-combustível a partir de restos de madeira


Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/05/2007


Pesquisadores da Universidade da Georgia, Estados Unidos, desenvolveram um novo biocombustível fabricado a partir de pedaços de madeira que poderá ser misturado ao biodiesel ou mesmo ao diesel comum para ser utilizado diretamente em motores a combustão.

Reciclagem verde

A produção de óleo a partir da madeira não é uma novidade científica, mas até hoje os pesquisadores não haviam conseguido criar uma técnica que permitisse a produção de biocombustíveis diretamente da madeira de forma economicamente viável para que eles pudessem ser utilizados diretamente nos motores convencionais, sem necessidade de adaptações.
As plantações de árvores para a fabricação de celulose e de móveis gera uma grande quantidade de resíduos - uma biomassa formada principalmente por galhos e pelas extremidades das árvores, que geralmente não são aproveitadas. A geração de biocombustíveis é uma das melhores possibilidades de se fazer essa reciclagem verde.
"O detalhe mais entusiasmador de nosso método é que ele é muito fácil de ser feito," diz o pesquisador Tom Adams. "Nós esperamos reduzir dramaticamente o preço da produção de combustível a partir da biomassa com esta técnica."

Bio-óleo a partir da madeira

O novo processo trata quimicamente o óleo produzido a partir da madeira, tornando-o adequado para uso direto em motores diesel.
Os fragmentos de madeira são aquecidos em uma atmosfera sem oxigênio, um processo conhecido como pirólise e hoje largamente utilizado para a produção de carvão vegetal. A pirólise libera um gás, que equivale a cerca de dois terços da massa da madeira que entra no processo. Na produção do carvão vegetal esse gás é inteiramente liberado na atmosfera.
A nova técnica aproveita justamente esse gás, que é condensado em um bio-óleo e tratado quimicamente. Esse tratamento está sendo objeto de um pedido de patente pelos pesquisadores. No final do processo, cerca de 34% do bio-óleo (entre 15 e 17% do peso seco da madeira que entra no processo) pode ser utilizado para alimentar os motores de carros e caminhões.
Os cientistas ainda vão aprimorar o processo, esperando elevar sobretudo o percentual de gás que é transformado efetivamente em biocombustível. Segundo eles, a criação de um processo em escala industrial ainda consumirá alguns anos de pesquisas.

Fonte: Site Inovação Tecnológica – Caderno Energia
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010115070524

Comentario:
Toda forma de reaproveitamento de resíduos industriais é sempre importante. Diminuir cada vez mais o lixo que produzimos ou dar ao mesmo destino sustentáveis faz com que a natureza sofra menos. A reportagem prova que é possível continuar produzindo ao mesmo tempo que essa produção causa efeitos menos maléficos ao meio ambiente. Produzir combustível de um lixo natural, a reciclagem verde é mais um passo na consciência humana para uma nova forma de se relacionar como planeta. Os cientistas, pelo menos, tem feito a parte deles. Parabéns!

Expansão de biocombustível pode aumentar emissões do Brasil

Eric Brücher Camara
Da BBC Brasil em Londres

A pecuária seria empurrada para a Amazônia pelo plantio de soja e cana


A expansão da produção de biocombustíveis no Brasil pode aumentar as emissões de dióxido de carbono do país, ao invés de reduzi-las, e empurrar a pecuária para a Amazônia e o Cerrado, de acordo com um estudo da universidade de Kassel, na Alemanha.
A pesquisa, publicada na última edição da revista científica Proceedings of the Academy of National Sciences, calcula que a expansão da pecuária rumo à Amazônia – provocada indiretamente pela expansão das plantações de cana-de-açúcar e soja, usadas na produção de etanol e biodiesel –seria responsável por quase metade do desmatamento previsto para ocorrer até 2020.
Com isso, o país levaria quase 250 anos para poupar, através do uso de biocombustíveis em vez de combustíveis fósseis, a quantidade de carbono liberada pelo desmatamento dessas áreas.
A expansão das plantações de cana se concentraria principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná; e em menor escala, no Nordeste.
Já a soja, segundo a pesquisa, avançaria nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
Amazônia e Cerrado
No entanto, a consequência indireta dessa expansão seria o avanço da pecuária para Amazônia e para o Cerrado. Nos modelos produzidos pelos estudiosos, plantações de cana e soja seriam os responsáveis indiretos por 41% e 59% do desmatamento na região, respectivamente.
Além disso, a pesquisa sugere que entre os biocombustíveis produzidos no Brasil, o óleo de palma seria o que menos emissões de carbono produziria.
O estudiosos também afirmam que, nos próximos anos, "uma colaboração mais estreita ou uma relação reforçada entre os setores do biocombustível e pecuária é crucial para uma economia eficaz de emissões de biocombustíveis no Brasil".
Os pesquisadores de diversas instituições alemãs, liderados por David Lapola, da universidade de Kassel, advertem que utilizaram em seus cálculos aumentos "algo otimistas" de produtividade na agricultura.
"De fato, os nossos resultados podem ser piores, em vista das projeções de potenciais colheitas por causa de avanços tecnológicos", diz o documento.
Os pesquisadores afirmam que, sem este aumento de produtividade nas potenciais colheitas até 2020, o tempo necessário para pagar a "dívida de carbono" - a economia de carbono provocada pela troca do combustível fóssil por biocombustíveis – passaria a mais de 400 anos.
Os cálculos dos pesquisadores foram feitos tomando como base os planos brasileiros de expansão de uso e produção de biocombustíveis.
Além disso, foram realizadas simulações de como este aumento se refletiria em termos de mudanças diretas e indiretas do uso do solo.


Fonte: BBC Brasil em Londres – Caderno Amazônia
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/02/100209_amazoniacombustaebc.shtml

Comentário: O texto retrata muito bem como é necessário repensar as políticas ambientais praticadas no Brasil. De nada adianta aumentar a produção e o consumo de biocombustíveis, se para esse desenvolvimento serão comprometidas a floresta Amazônica e o cerrado brasileiro. O biocombustível é um importante aliado dos povos mundiais na diminuição dos efeitos poluentes sobre o planeta. Sua utilização é importante para uma nova educação ecológica das pessoas. Entretanto, o pensamento do uso do biocombustível deve ser de menos agressão a natureza, sem voltar o olhar novamente ao capitalismo exacerbado. Uma vez que, foi justamente o desmatando de áreas verdes, uma das ações humana de maior impacto ao meio ambiente, que fez com que o homem revesse sua postura atualmente.

domingo, 9 de maio de 2010

Biocombustíveis são fraude, diz colunista do "Guardian"





Biocombustíveis são fraude, diz colunista do "Guardian"
da BBC

Em artigo publicado nesta terça-feira no jornal britânico "The Guardian", o jornalista e ativista ambiental George Monbiot afirma que utilizar biocombustíveis --como o álcool-- para combater o aquecimento global "é uma fraude".

"Se quisermos salvar o planeta, precisamos adiar por cinco anos os projetos em biocombustível", defende Monbiot, conhecido por suas posições contrárias à globalização.

Para o jornalista, os programas de incentivo "são uma fórmula para desastres ambientais e humanitários".

"Em 2004, eu alertava que biocombustíveis estabeleceriam uma competição entre os carros e as pessoas. As pessoas inevitavelmente perderiam: aqueles que podem pagar para dirigir são mais ricos que aqueles à beira da fome", escreve Monbiot.

Para o autor, o Brasil é um exemplo que ilustra o "impacto" de se transformar recursos naturais em combustíveis.

"Produtores de cana-de-açúcar estão avançando sobre o cerrado no Brasil, e plantadores de soja estão destruindo a floresta amazônica. Agora que o presidente (americano, George W.) Bush acabou de assinar um acordo de biocombustíveis com o presidente Lula, deve piorar.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u61708.shtml


COMENTÁRIO: Bom, a maioria está a favor do biocombustível, mas sempre tem que ter alguém com opinião diferente. O indivíduo, George Monbiot, alega ser uma “fraude” a utilização do biocombustível para combater o aquecimento global! O que ele quer que seja feito então? Porque, se continuar o consumo de gasolina e outros combustíveis usados atualmente ao invés de tentar um outro recurso, com certeza, será muito pior! Que tipo de desastre será pior do que o que já existe? Cada vez mais carros são comprados, indústrias são inauguradas, a produção de tudo aumentou! Independente de qual for o combustível utilizado, os carros continuarão sendo vendidos, e em igual proporção. A competição entre pessoas e carros sempre existirá, afinal de contas, o poder de compra está aumentando. Mas a Amazônia deve ser preservada sim! Não tem nem o que discutir. Tira a Amazônia fora dessa!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Lançamento Ecológico

A busca por combustíveis alternativos não se resume aos transportes terrestres e aéreos. Ela também é uma preocupação da corrida espacial. No Brasil, o desafio da busca por um propelente (combustível de foguete) “verde” pode estar perto do fim. Brasileiros desenvolvem combustível para foguete, a partir da mistura de etanol com água oxigenada.
Projeto que conta com a participação de diferentes pesquisadores e uma empresa privada desenvolveu um propulsor de hidrogênio - água oxigenada concentrada. Esses compostos vêm se revelando uma solução inovadora e bastante promissória. A grande vantagem é a disponibilidade do etanol e do peróxido de hidrogênio no país e o baixo preço. Os propelentes utilizados atualmente no Brasil são a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio, ambos importados, extremamente caros e altamente tóxicos. A escolha dos pesquisadores pela combinação de etanol com peróxido de hidrogênio se deu pelo fato de que ambos são largamente produzidos no Brasil, a combinação das substancias é 20 vezes mais barata do que os combustíveis utilizados atualmente e o mais importante, baixo impacto ambiental.
Os gases provenientes da combustão são muito menos poluentes que os utilizados pelos outros países. Isso porque entre 90% e 95% dos gases de escape do motor são compostos por vapor d’água, e o restante, por gás carbônico.
Para chegar a essa inovação, os engenheiros utilizaram um catalisador que decompõe o peróxido de hidrogênio em vapor d’água e oxigênio. Essa mistura entra na câmara de combustão e pulveriza o etanol, resultando na propulsão. O etanol pulverizado gera uma quantidade mínima de gás carbônico na combustão. Existem soluções utilizadas em outros países que utilizam o metano ou mesmo o querosene de avião. Porém, a quantidade de gás carbônico é maior em comparação a pulverização do etanol.

Fonte: Jornal Estado de Minas, 29 de abril de 2010, 2ª edição

Biocombustíveis são 'crime contra a humanidade'




Biocombustíveis são 'crime contra a humanidade', diz relator da ONU
Produtos seriam responsáveis por redução da área destinada ao plantio de alimentos.
Comissão Européia deve propor supressão de subvenções a essa forma de energia.

A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou nesta segunda-feira (14) o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã.

Os críticos dessa tecnologia argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.

Ziegler pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que mude suas políticas sobre os subsídios agrícolas e deixe de apoiar apenas programas destinados à redução da dívida. Segundo ele, a agricultura também deve ser subsidiada em regiões onde se garanta a sobrevivência das populações locais.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Peer Steinbrueck, deu seu apoio ao apelo feito pelo FMI e o Banco Mundial neste fim de semana para responder à crise gerada pelo aumento de preços dos alimentos, que está gerando violência e instabilidade política em inúmeros países. "A Alemanha não fugirá de sua obrigação nesse tema", afirmou Steinbrueck.

Conflitos e problemas
Ziegler acusou a União Européia de dumping agrícola na África. "A UE financia as exportações de superávits agrícolas europeus para a África, onde são oferecidos pela metade ou a um terço de seu preço de produção", queixou-se Ziegler. "Isso arruina completamente a agricultura africana", acrescentou.

Em entrevista ao jornal francês Liberation, Ziegler também advertiu que o mundo se dirige para "um período muito longo de distúrbios e outros tipos de conflitos derivados da escassez de alimentos e aumentos de preços".

Nesse contexto, a Comissão Européia indicou nesta segunda-feira que vai propor a supressão das subvenções para os cultivos destinados à produção de biocombustíveis, em meio à crescente polêmica causada pelo desenvolvimento dessa fonte de energia para lutar contra a mudança climática.

Vários outros dirigentes europeus já manifestaram preocupação com a utilização da produção agrícola com fins energéticos em detrimento dos alimentos, num contexto de alta dos preços das matérias-primas. "A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier.

A França propôs nesta segunda-feira uma iniciativa européia frente ao aumento de preços das matérias-primas e a crise alimentar que isto provoca, impulsionando um apoio reforçado à agricultura comunitária e uma ajuda maior a este setor nos países pobres.

"Em um mundo em que vai ser necessário produzir mais e melhor para alimentar nove bilhões de habitantes, há necessidade dos esforços de todos e também da Europa", afirmou o ministro francês da Agricultura, Michel Barnier, ao antecipar as grandes linhas da proposta que deve apresentar a seus colegas da União Européia em Luxemburgo.

FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL400150-9356,00-BIOCOMBUSTIVEIS+SAO+CRIME+CONTRA+A+HUMANIDADE+DIZ+RELATOR+DA+ONU.html

COMENTÁRIO:
Não adiantará resolvermos um problema e criarmos outro. O plantio destinado à produção do biocombustível deve possuir determinada proporção que não prejudique os preços dos alimentos! Para o bem de todos, regras claras deverão ser criadas para que não haja destinação errônea das terras férteis. Como afirmou o ministro francês da Agricultura: "A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária. Outra forma de garantir a paz das nações seria o incentivo igualitário dos governos dos países ou a paralização desses incentivos, desta forma os direitos seriam iguais para os países, que não teriam conrrência tão desleal em relação aos países pobres. O mundo já está violento e instável o suficiente para não arrumarmos ainda mais problemas sociais!

domingo, 2 de maio de 2010

TAM PLANEJA VOAR COM BIOCOMBUSTÍVEL DE PINHÃO MANSO




Companhia fará voo de teste em Airbus A320 no segundo semestre do ano; produto é produzido a partir de planta brasileira

A TAM anunciou nesta terça-feira um novo projeto para uso de biocombustíveis nas suas aeronaves. A companhia aérea fará o primeiro voo da América Latina com bioquerosene de aviação no segundo semestre, produzido com óleo de pinhão manso, uma planta brasileira. A aeronave utilizada será um Airbus A320, que decolará e pousará no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

A TAM tem três parceiros nesta iniciativa: a Airbus, a fabricante de motores CFM International (joint venture entre a americana GE Aviation e a francesa Snecma) e a Associação Brasileira de Produtores de Pinhão Manso (ABPPM).

A empresa não possui estimativas sobre o impacto financeiro da iniciativa, mas já avaliou os benefícios do combustível na área de sustentabilidade. O bioquerosene de pinhão emite entre 65% e 80% menos carbono do que o querosene atualmente usado nas aeronaves, derivada de petróleo.

“Esse é um projeto de longo prazo da TAM, que acompanha a tendência do setor de buscar combustíveis mais sustentáveis”, afirma o presidente da companhia, Líbano Barroso. A TAM iniciou os estudos de viabilidade de uso do querosene de pinhão manso como combustível para suas aeronaves há um ano e maio. Até então, a empresa investiu US$ 150 mil no projeto.

Caminho longo

O voo de teste com bioquerosene é um primeiro passo na TAM no uso da nova tecnologia nas suas aeronaves, mas a adoção do combustível em larga escala ainda levará tempo. O motivo é que a cadeia de produção do bioquerosene não está formada no Brasil.

Hoje, há cerca de 60 mil hectares de área plantada de pinhão manso no Brasil, nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, segundo o diretor da ABPPM, Rafael Abud. Cada hectare tem capacidade para produzir 1,5 toneladas de óleo, volume insuficiente para abastecer o mercado de aviação brasileiro. Apenas o voo de teste da TAM com o novo combustível utilizará nove toneladas do produto, por exemplo. O bioquerosene de pinhão manso usada pela TAM utilizará 50% do óleo de pinhão e 50% de querosene convencional.

A estimativa da associação dos produtores é que a área plantada alcance 750 mil hectares em 2020. “Com uma mistura de 10% de óleo de pinhão, poderemos produzir combustível para todo o mercado brasileiro de aviação”, afirma Abud.

O pinhão manso

Além de seu potencial energético, a escolha de planta para a fabricação de biocombustível para aviação levou em conta suas características de cultivo, segundo o presidente da TAM. O pinhão manso não é comestível, seu cultivo requer o uso de pouca água e pode plantado em terras pouco férteis. “Com esta planta, eliminamos as principais críticas dos biocombustíveis: que eles consomem parte da produção de alimentos e utilizam muita água”, afirma Barroso.

Fonte:http://www.economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/tam+planeja+voar+com+biocombustivel+de+pinhao+manso/n1237597611682.html

Comentário: Porque também não utilizar o lixo para voar, assim como a empresa aérea British Aiways? Pois lixo aqui no Brasil é o que mais tem sido produzido. Essa idéia além de resolver os problemas dos impactos ambientais causados por ele, também ajudará a terra contra o aquecimento global, no qual serão emitidos menores taxas de CO² na atmosfera. Mas a TAM também merece créditos pela iniciativa!!! Afinal o mais importante é ser economicamente sustentável, aproveitando-se de uma planta não comestível e de fácil produção pela sua pouca utilização da água. Essa idéia merece destaque!

terça-feira, 13 de abril de 2010

British Airways usará biocombustível feito de lixo a partir de 2014



A companhia de aviação British Airways fechou um acordo para a construção da primeira planta europeia de produção de biocombustível para aviões.

Segundo o repórter da BBC Richard Scott, a unidade deverá ser capaz de produzir 60 milhões de litros de combustível para abastecer os jatos da empresa britânica a partir de 500 mil toneladas de lixo.

A planta começará a ser erguida em 2012 na zona leste de Londres pela empresa americana Solena Group e deverá entrar em operação daqui a quatro anos. Pelo acordo, o grupo americano custeará a construção, enquanto a British Airways se compromete a comprar toda a sua produção.

Segundo a companhia, com esses 60 milhões de litros será possível abastecer apenas 2% dos voos que decolam do Heathrow, o principal aeroporto inglês.

Além de ser menos poluente, esse biocombustível é mais benéfico ao meio ambiente por reaproveitar o lixo comum. Normalmente, esse material permanece em aterros sanitários produzindo gás metano, um dos gases causadores do efeito estufa.

Biocombustíveis para aviação



A iniciativa da British Airways vem na esteira de outras medidas adotadas por empresas do setor.

Em fevereiro de 2008, a Virgin Atlantic Airways realizou um voo pioneiro à base de biocombustível entre Londres e Amsterdã. O Boeing 747 voou sem passageiros a bordo e teve um de seus quatro motores movido por um biocombustível produzido a partir de óleo de coco babaçu.

Clique Leia na BBC Brasil: Primeiro vôo com biocombustível é bem-sucedido (24/02/2008)

Desde então, diversos voos a partir de outros biocombustíveis experimentais vêm sendo realizados pelo projeto Combustível Sustentável para Aviação, uma iniciativa que inclui companhias aéreas, como a própria Virgin e a Continental Airlines, além de fabricantes de aeronaves como a Boeing.

Clique Leia na BBC Brasil: Avião faz 1º vôo com biocombustível de algas nos EUA (08/01/2009)

Em um relatório divulgado em junho do ano passado, o grupo diz que seus biocombustíveis produzem 65% a 80% menos gás carbônico do que os combustíveis à base de petróleo.

“Todas as combinações utilizadas em voos teste atingiram ou mesmo superaram as expectativas de performance como combustível de avião”, diz o relatório. “Para todos os voos experimentais, os biocombustíveis não demonstraram qualquer efeito adverso nas aeronaves”, completa o texto.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/02/100215_british_airways_biocombustivel_vdm.shtml

Comentário: Que original! Nada mais sustentável que voar utilizando biocombustível feito de lixo...Esta idéia poderia ser o ponta pé inicial para que todas as empresas aéreas adotassem tal medida. Afinal de contas, o lixo também tem seu valor, bem como também tem sido tema de muitos debates, por não se saber o que se fazer com os lixos que se proliferam aos montes nos centros urbanos, causando transtornos a toda população. Taí uma boa dica...VOAR COM LIXO!!!!

PETROBRÁS FARÁ PESQUISA COM BIOCOMBUSTÍVEL NA ANTÁRTIDA




A Petrobras fará pesquisas sobre o uso de biocombustíveis sob baixíssimas temperaturas na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), da Marinha brasileira na Antártida. O diretor de abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, explicou que a pesquisa vai testar o uso de biodiesel e etanol sob as situações de clima mais rigorosas do planeta. Os estudos serão parte de acordo de cooperação assinado esta manhã entre a Petrobras e a Marinha. O acordo, que prevê investimentos de R$ 3 milhões da empresa, terá duração de quatro anos e tem como objetivo a implantação de um novo sistema de recebimento de combustíveis "contínuo, rápido e seguro contra vazamentos" na EACF. Em contrapartida, a empresa vai realizar no local as pesquisas de combustíveis renováveis.

Costa explica que, hoje, o abastecimento da EACF é feito com a utilização de pequenas balsas, o que torna o processo muito lento. O novo sistema prevê a instalação de um carretel de cerca de mil metros, de tubo flexível retrátil, cuja extremidade será conectada ao navio em operações de descarga de combustível. O diretor observou que os combustíveis hoje fornecidos pela Petrobras à EACF - diesel, óleo combustível e querosene de aviação - são especiais e adequados para suportar as baixas temperaturas locais.

Segundo ele, as pesquisas com combustíveis renováveis que serão realizadas na Antártida visarão, inicialmente, apenas o uso no local, mas admite que nada impede que os produtos a serem desenvolvidos possam ser deslocados para outros mercados, como para aquecimento na Europa. "Mas vamos agora apenas iniciar os testes, não há previsão de substituição dos combustíveis hoje usados lá para esses biocombustíveis", afirmou.

O acordo assinado hoje representa o segundo convênio firmado entre a Marinha e a Petrobras para atuação conjunta na Antártida. O acordo anterior, que levou a investimentos de R$ 10 milhões da empresa, consistiu na construção de 10 tanques de aço inoxidável e um sistema de automação da tancagem.
JACQUELINE FARID - 12h17, Terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Fonte: http://noticias.limao.com.br/economia/eco138856.shtm

Comentário:Bela parceria! Com a substituição dos combustíveis poluentes na Antártica, aliada a um estudo que garantirá o aumento do conhecimento dos biocombustíveis utilizados sob baixíssimas temperaturas o Brasil se tornará mais aparente para os outros países, além de estar fazendo um ótimo investimento! Futuramente, qualquer país com inverno rigoroso poderá utilizar esse Biocombustível de diversas formas! Teremos mais uma fonte de renda para o país, e por sinal, um empreendimento muito inovador!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Macaúba: grande potencial para ser utilizada como biodiesel




A macaúba é versátil e tem potencial de produção cinco vezes maior que a soja. Nativa do serrado, é a nova aposta de especialistas e pesquisadores do setor para alavancar a produção de biodiesel no país.

Em Lima Duarte, na zona da mata mineira, o plantio de 1,5 milhões de mudas da palmeira em viveiro é resultado de parceria de empresa de um grupo europeu com a Universidade Federal de Viçosa, em que pesquisadores brasileiros desenvolveram a técnica de germinação da palmeira em laboratório. O objetivo é criar um complexo agroindustrial para produção de óleo vegetal e co-produtos, tendo como matéria prima o coco da macaúba.

O projeto em Lima Duarte foi criado pela empresa Entaben Ecoenergéticas do Brasil, , empresa do grupo espanhol Entaban, considerado o maior produtor de bicombustível da Europa. A meta é implantar 60 mil hectares de Macaúba em Minas Gerais, e 5 módulos de 12 mil hectares no norte do Rio de Janeiro. Para cada módulo será implantado uma usina de extração de óleo.

Além da alta produtividade de óleo comparado ao do outras oleaginosas (em relação à soja, que é a principal fornecedora de óleo vegetal para biodiesel no Brasil atualmente, a variação de quilo de óleo por hectare), o processo de produção do óleo vegetal da macaúba tem o potencial de produzir pelo menos cinco co-produtos (dois tipos de óleo, dois tipos de torta utilizada para ração animal e o carvão do endocarpo). As pesquisas iniciais apontaram potencial de produção variando de 2.500Kg a 6.000Kg de óleo por hectare, dependendo do material genético, dos tratamentos silviculturais e da densidade de plantio.

O óleo é de alta acidez e não poderia ser inserido no processo de transesterificação (reação química em que o álcool do éster reagente é substituído por outro álcool) utilizado para converter o óleo vegetal em biodiesel sem um pré-tratamento. Na maioria, os óleos de alta acidez têm sido destinados às indústrias de sabão, cosméticos, asfalto e cerâmica. Em Jaboticatubas - MG, uma empresa privada já conseguiu desenvolver a produção de óleo vegetal da macaúba de baixa acidez. Foram três anos para desenvolver essa destilação, até então não existia um meio para extração do óleo de alta qualidade em escala industrial.

A Macaúba pode reativar o renascimento do programa do biodiesel no país. O primeiro passo foi dado, com a domesticação da palmeira, ou seja, com a técnica de germinação em laboratório por pesquisadores da UFV.

Fonte: Jornal Estado de Minas, 2ª edição, dia 24 de março de 2010

Comentário:Um complexo agroindustrial “é a constituição formada pelo antes, dentro e depois da porteira que está associada ou envolvida com os produtos agroindustriais”. As empresas interessadas em investir na germinação em laboratório do coco da macaúba, irão propiciar para o Brasil um grande desenvolvimento, já que tem potencial de extração em escala industrial. A capacidade de produção da macaúba é 5 vezes maior que a soja, e ainda pode produzir co-produtos. Sem dúvidas, essa produção irá alavancar o consumo do biodiesel pelos brasileiros. Esse estudo promete! Ta aí uma boa jogada: explorar o coco da macaúba!

quarta-feira, 31 de março de 2010

ESPUMA DE SAPO TRANSFORMA ENERGIA SOLAR EM BIOCOMBUSTÍVEIS E ALIMENTOS




Cientistas inspiraram-se em uma rãzinha para criar uma espuma que capta energia, pode produzir biocombustíveis ou alimentos, e ainda remove o excesso de dióxido de carbono do ar.

Cientistas da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, inspiraram-se em um pequeno sapo existente nas Américas Central e Sul, para criar uma espuma que capta energia, pode produzir biocombustíveis ou alimentos, e ainda remove o excesso de dióxido de carbono do ar.

Fotossíntese artificial

A pesquisa é mais uma em uma lista cada vez maior do campo chamado fotossíntese artificial, na qual os cientistas estão tentando imitar a forma como as plantas captam a luz solar para produzir sua própria energia.
Na fotossíntese natural, as plantas absorvem a energia do Sol e o dióxido de carbono da atmosfera, e os convertem em oxigênio e em açúcares. O oxigênio é liberado para o ar e os açúcares são usados como fonte de energia que mantém a planta viva.
Os cientistas, por sua vez, estão encontrando formas de aproveitar a energia do sol e o carbono do ar para criar novas formas de biocombustíveis, que poderão alimentar nossos automóveis.

Espuma de sapo

O trabalho resultou na fabricação de um material fotossintético artificial que utiliza enzimas de plantas, bactérias e fungos, tudo acomodado no interior de um invólucro de espuma. Exposta à luz do Sol e ao carbono da atmosfera, a espuma gera açúcares.

A espuma é uma escolha natural: além de concentrar os reagentes, o material poroso permite uma boa penetração do ar e da luz solar.

O projeto da espuma baseou-se nos ninhos de uma pequena rãzinha tropical (Physalaemus pustulosus), que cria espumas para seus girinos que apresentam uma durabilidade incrivelmente longa. Uma proteína produzida pela rã, a Ranaspumina-2, foi utilizada como base da espuma artificial.

Melhor do que plantas e algas

"A vantagem do nosso sistema, em comparação com as plantas e as algas, é que toda a energia solar captada é convertida em açúcares livres, enquanto esses organismos precisam desviar uma grande quantidade de energia para outras funções, para manter sua vida e se reproduzir," diz o Dr. David Wendell, que coordenou a pesquisa, referindo-se à energia líquida disponível que pode ser aproveitada a partir das plantas já crescidas para sua posterior transformação em biocombustíveis.
"Nossa espuma também não precisa do solo, não afetando a produção de alimentos, e pode ser utilizada em ambientes com alta concentração de dióxido de carbono, como nas chaminés das centrais elétricas a carvão," diz ele, ressaltando que dióxido de carbono em excesso paralisa a fotossíntese natural.

Biocombustível ou alimento

O produto da "espuma fotossintética", os açúcares, pode ser utilizado como insumo para uma grande variedade de produtos, incluindo o etanol e outros biocombustíveis. Mas nada impede que o material seja utilizado também para produzir alimentos.
"Esta nova tecnologia cria uma forma econômica de utilizar a fisiologia dos sistemas vivos, criando uma nova geração de materiais funcionais que incorporam intrinsecamente processos de vida em sua estrutura", diz Dean Montemagno, coautor da pesquisa, acrescentando que o novo processo iguala ou supera outras técnicas de produção biossolar.

Larga escala

O próximo passo da equipe será tornar a tecnologia adequada para aplicações em grande escala, como a captura de carbono nas usinas a carvão.
"Isto envolve o desenvolvimento de uma estratégia para extrair a cobertura de lipídios das algas (usada para o biodiesel) e os conteúdos citoplasmáticos, e reutilizar essas proteínas na espuma", afirma Wendell. "Estamos também estudando outras moléculas de carbono mais curtas que podemos produzir alterando o coquetel de enzimas na espuma."

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=espuma-de-sapo-energia-solar-biocombustiveis-alimentos&id=010125100322

Comentário: O que mais falta pra esse povo inventar?? Pobrezinhos! Sobrou para os sapinhos! A idéia é até interessante, uma vez que aumenta a quantidade de opções de biocombustíveis. Basta saber se essa nova idéia, assim como as outras idéias mirabolantes, não irão sacrificar nós, seres humanos, a fauna e a flora, no futuro. Caso esse novo recurso, que promete ter efeito inverso às energias já existentes, ou seja, imitando a fotossíntese realizada pelas plantas ao invés de despejar na atmosfera toda a poluição dos gases, dê certo, nossos netos não terão tantos abacaxis para descascar! VIVA AS PHYSALAEMUS PUSTULOSOS, vulgo PEREREQUINHAS!!!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Energia nos jogos da Copa de 2014 pode ser garantida por biocombustível

QUINTA, 18 MARÇO 2010 . AGÊNCIA BRASIL

O biocombustível de soja pode ser utilizado como principal fonte de energia nos jogos da Copa do Mundo no Brasil e pode ser utilizado com total segurança pelos meios de comunicação, sem risco de interrupção no fornecimento durante os eventos. Essa foi uma das propostas apresentadas no seminário A Copa do Mundo de 2014 – Normatização para Obras Sustentáveis, que reuniu empresários de diversas áreas no Senado por dois dias e terminou hoje (17), por iniciativa da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.

A defesa do biocombustível como fonte de energia na Copa foi feita pelo empresário Silvio de Oliveira, fabricante de motores de caminhão e que montou uma usina de biocombustível com capacidade para produzir 15 mil litros por dia no interior de São Paulo, para consumo próprio à base de gordura de frangos abatidos no frigorífico do mesmo grupo empresarial.

De acordo com Silvio Oliveira, eventos como os jogos da Copa do Mundo não podem depender do fornecimento convencional de energia elétrica pelas empresas concessionárias, devido ao risco de apagão repentino. Num caso desses, os geradores de emergência entram em ação, mas levam pelo menos 15 segundos para restabelecer a energia, o que causaria sérios prejuízos às transmissões. Assim, a proposta é que os geradores a biocombustível garantam a energia e o sistema convencional funcione como fonte secundária.

“Isso seria mais prático, mais seguro e daria tranquilidade para todo mundo que estivesse trabalhando ou assistindo aos jogos”, diz o industrial. Ele estima que a Copa do Mundo gastaria cerca de 2 bilhões de litros de biocombustível, caso fosse totalmente realizada com este combustível como sua principal fonte energética. Segundo ele, não haveria problemas para isso, porque, hoje, o país produz 5% (2,2 bilhões de litros) de biocombustível dos 44 bilhões de litros de diesel que consome por ano e pretende chegar a 20%, podendo estar próximo disso em 2014.

O objetivo do seminário foi recolher sugestões para elaboração de projeto de lei que defina normas sobre sustentabilidade das obras destinadas à realização do Mundial de 2014 e das demais competições internacionais que serão realizadas no Brasil nos próximos anos, como a Copa das Confederações, em 2011, e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Um dos palestrantes de hoje demonstrou as vantagens de lâmpadas que economizam energia na iluminação pública e de ambientes como os estádios de futebol.

A senadora Marisa Serrano, presidente em exercício da comissão, disse que o Senado tem a função de “facilitar a legislação para a utilização de ideias mais modernas e implementá-las”, como o uso do biocombustível, que considerou uma possibilidade de gerar emprego e renda para o país, além de ter na Copa do Mundo uma vitrine para esse tipo de energia, “que talvez possa ser o começo de uma utilização mais eficaz nessa questão no nosso país”.

Jorge Wamburg

Fonte: http://www.biodiselbr.com/noticias/em-foco/r1-energia-copa-2014-garantida-biocombustivel-180310.htm


Comentário: A realização de um evento de mídia mundial como a Copa do Mundo de 2014, entregará ao Brasil inúmeros benefícios para seu desenvolvimento. O uso do biocombustível como forma de fornecimento de energia para os jogos da Copa será motivo de orgulho e exemplo dos brasileiros pelo bom emprego de uma energia limpa. Diante de uma vitrine mundial dada pelo evento, o Brasil consiguirá provar para as outras nações que é possível desenvolver-se diminuindo os impactos negativos para com o meio ambiente ao mesmo tempo que fortalece uma cultura baseada nos príncípios da sustentabilidade. Pensando em visibilidade, não só a imagem do Brasil se beneficiará da utilização dessa força como também o círculo vicioso do mercado interno será revigorado pelos maiores investimentos na indústria.

terça-feira, 9 de março de 2010

Biocombustível ou Comida?










Pessoal,




Estamos aqui novamente trazendo mais uma informação sobre o biocombustível. Nesta nova publicação, a matéria em destaque "Biocombustível ou Comida" tem gerado muita polêmica entorno do assunto, o que tem permitido uma maior reflexão sobre o tema.








Biocombustível ou Comida?







Antes uma luz no fim do túnel, o etanol hoje é acusado pela alta nos preços e pela falta de alimentos. Será um mundo pequeno demais para os dois?
Juliana Tiraboschi




México, janeiro de 2007: o povo sai às ruas contra o aumento de 400% da tortilha. O prato nacional mexicano é feito com milho branco, mas o preço acompanha o do milho amarelo, valorizado pelas usinas de etanol dos EUA. Egito, março de 2008: uma multidão se acotovela em uma padaria no Cairo atrás de pães subsidiados pelo governo. Haiti, abril de 2008: protestos contra a fome resultam em cinco mortos, 50 feridos e na renúncia do primeiro-ministro Edouard Alexis. Mianmar, maio de 2008: o ciclone Nargis devasta 65% das lavouras de arroz. Indiferentes, os militares que governam o país aproveitam a alta do grão para exportar seu estoque.







Fúria mundial: Crise da tortilha, no México (esq.), e protestos violentos no Haiti (dir.) contra a falta de alimentos




Todas essas histórias estão relacionadas à pior crise de preços de alimentos dos últimos 40 anos. E quem - ou o quê - seria o culpado? Para Jean Ziegler, especialista em direito e consultor independente da ONU, são os biocombustíveis, que estariam tomando o espaço destinado à produção de comida. A questão já virou até verbete na Wikipédia, "Fuel vs. Food". Isso inclui o etanol de cana-de-açúcar brasileiro, o popular álcool. Se há dois anos o mundo todo elogiava nosso investimento nesse combustível renovável, hoje surgem críticas de organizações não-governamentais e governamentais.

Para alegria dos produtores e do presidente Lula, que tem no etanol uma das suas principais bandeiras, muitos pesquisadores, empresários e políticos discordam do consultor da ONU. A democrata Hillary Clinton disse durante a campanha à Presidência americana que é exemplar a iniciativa dos brasileiros de reduzir sua dependência de petróleo. Até a União Européia isentou os biocombustíveis da culpa pela alta dos alimentos, responsabilizando a demanda por comida e a subida do preço do petróleo, que afeta toda a economia.

Reação em cadeia Mas afinal: para abandonar o petróleo, é preciso esvaziar um pouco o prato? A questão é complexa. Sílvio Porto, diretor de logística e gestão empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), afirma que, apesar de não ser a única causa, o que alavancou a crise foi mesmo o deslocamento de 80 a 90 milhões de toneladas de milho para a produção do etanol nos EUA. "O que acontece em Washington pauta o mundo", diz. "O crescimento da área para o milho afeta a oferta de soja, algodão, entre outros, e influencia todo o mercado internacional", reforça André Nassar, diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone). Outros americanos contribuíram para a crise: aqueles que pegaram empréstimos que não podiam pagar para construir suas casas. O estouro da bolha no mercado imobiliário dos EUA fez com que investidores migrassem para as commodities agrícolas (termo de economês para designar os "best sellers" da lavoura), agitando ainda mais a panela. Outros fatores apontados pelos especialistas são o apetite de China, Índia e Rússia, que estão crescendo alucinadamente, e eventos naturais incontroláveis, como o ciclone que atingiu Mianmar, que contribuem um pouco mais para bagunçar a produção de alimentos.

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan classifica como natural a alta nos preços. Em entrevista à revista "Época", disse que acha que até que demorou para o preço dos alimentos subirem, já que eles mantiveram-se estagnados durante 40 anos, enquanto tudo inflacionou.

Já se tornou um clichê entre especialistas em aviação dizer que um acidente aéreo nunca acontece por apenas um motivo, mas por uma série de falhas que, juntas, afetam um vôo em diferentes proporções. "Com o preço dos alimentos é a mesma coisa: são vários fatores que causam a alta", diz Ariovaldo Fellet, 63 anos, que desde 1987 planta alimentos em Itaberá, no interior paulista. Ele toca a fazenda Sementes Lagoa Bonita, junto com as filhas Vanessa e Andréa, ambas agrônomas. Para a família Fellet, a produção de alimentos é um bom negócio. Desde 2001, quase triplicaram a área plantada. Inicialmente dedicados à pecuária, hoje seus 2.500 hectares abrigam grãos como feijão, soja, milho e trigo. Mesmo entre os anos 2004 e 2005, temporada difícil pela seca e excesso de oferta, eles continuaram prosperando. Nem pensam em sucumbir à euforia pela cana.

Todo mundo em canaA 155 km para o leste, em Itapetininga (SP), o produtor Vilson Barreti conta uma história diferente. Há cerca de dois anos ele substituiu sua plantação de feijão pela de cana. Em 2007, com o primeiro corte, Barreti conseguiu recuperar toda a grana investida na transição de culturas. "Feijão é uma lavoura ingrata", diz. Segundo Barreti, a cana é menos suscetível ao clima e às pragas. Além disso, há uma usina a apenas 2 km do sítio. Aos 68 anos, ele está muito otimista com seu novo ramo de atuação (ele também cria 200 cabeças de gado e planta grama, além de cultivar soja e milho, que vende para indústrias de ração animal). O produtor lamenta apenas "não ter uma bola de cristal": largou o feijão e o preço subiu, enquanto a tonelada da cana caiu de R$ 51 para R$ 35 em um ano. "Mas não me arrependo. Fazia cinco anos que o feijão não dava lucro, eu não dormia de preocupação."

Barreti tem razão para ter um sono tranqüilo. Na região de Itapetininga, onde vive com a esposa e um casal de filhos, muitos outros estão se bandeando para o lado da cana, principalmente ex-pecuaristas. Barreti aguarda ansioso a época de corte da cana, no segundo semestre, quando prevê um lucro de 200 mil reais. Torce para que o Brasil aumente sua exportação de etanol e planeja, futuramente, instalar um sistema de irrigação para aumentar sua produção.

Um estudo recente do Ministério de Minas e Energia mostra que os derivados de cana-de-açúcar já geram 17% da energia do Brasil. São os vice-campeões: ultrapassaram as hidrelétricas (15%) e já são quase a metade dos derivados de petróleo (37%). Enquanto a área de pastagem no Brasil permaneceu estável nos últimos anos, em média, a de cana cresceu cerca de 800 mil hectares (ou cinco municípios de São Paulo), só na última safra. É um salto de 11,7%, segundo dados da Conab, totalizando 7,8 milhões de hectares. Desses, 4 milhões são dedicados à produção de álcool, incluindo o etanol.




Comentário: É bem típico de brasileiro aproveitar o "boom" inicial de qualquer atividade lucrativa para aumentar seus rendimentos e conseguir uma fatia deste mercado promissor. Porém, é necessário um olhar mais clínico sobre a real viabilidade de se trocar o plantio de alimentos pelo plantio de derivados do biocombustível. Será que num futuro não muito distante é bem provável que este novo produto venha a ser tornar tão inviável e tão inconstante como o gás natural? Afinal, o mesmo "boom" ao gás natural ocorreu, e hoje vimos o quão este produto se tornou insustentável, devido aos altos preços que se praticam no mercado. Já os alimentos, estes sim, além de alimentar o estômago, alimentam também a alma de toda uma nação.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Biocombustível para Iniciantes




Olá galera,



Abaixo segue matéria com informações sobre o biocombustível.

Para aqueles que pouco conhecem o significado do nome ou até mesmo aos que buscam um maior conhecimento sobre o assunto, traremos semanalmente informações que irão contribuir para novos questionamentos sobre este mercado que tem dividido opiniões.



BIOCOMBUSTÍVEL PARA INICIANTES o que você precisa saber (ou relembrar) sobre a energia que vem da matéria orgânica



>>> Biocombustível é qualquer combustível produzido a partir de plantas ou outras biomassas. O álcool etanol, o biodiesel e a biomassa são tipos de biocombustíveis;



>>> Os maiores produtores de biocombustíveis no mundo são União Européia (75%) e EUA (13%);



>>> O biodiesel pode ser produzido com grãos ou sementes e frutos oleaginosos, como soja, mamona, coco, algodão, amendoim e colza (um tipo de repolho );



>>> O etanol é feito da fermentação dos açúcares de gramíneas e grãos como milho, cana-de-açúcar e sorgo. Os maiores produtores de etanol são EUA, a partir de milho (46%), e Brasil, de cana (42%);



>>> Madeira, resíduos agrícolas e até lixo também podem ser convertidos em biocombustíveis;




>>> Em muitos casos, combustíveis fósseis como o carvão são usados para fornecer energia para as usinas, tornando-os menos sustentáveis. No Brasil, o próprio bagaço da cana é fonte de energia para as usinas, mas combustíveis fósseis entram em outras etapas da produção, como o transporte;



>>> O etanol polui menos que a gasolina. Mas, no Brasil, as queimadas para o corte da cana e as más condições de trabalho em muitas plantações geram preocupações.





Comentário do grupo:
Não é novidade alguma que o mundo está cada vez mais aquecido, que as geleiras vão derreter e o planeta vai virar àgua. Que devemos reciclar, reutilizar, reaproveitar o máximo de qualquer coisa que virmos pela frente. Descobriram que os recursos naturais um dia vão acabar! Para completar, terremotos, maremotos... enchentes, deslizamentos e vários outros acontecimentos da natureza que nos trazem o medo do futuro. Não é novidade que o mundo está acabando!!! E foi por conta disso que, finalmente, lá pela década de 70 que o biocombustível começou a ser utilizado no mundo...devagar, devagar...mas qualquer dia, não teremos outras opções. O problema é que se gasta tanta, mas tanta energia, que para suprir toda a demanda seria necessário plantar muita cana, ou mamona, ou milho ou que for. Assim, outro problema ia aparecer pra cabeças pensantes resolverem: o desmatamento decorrente da necessidade de mais e mais combustíveis! Enfim, a vida do homem é essa, resolver um problema aqui, tapar o sol com a peneira ali e continuar acomodado, tentando se enganar ao deixar de pensar que, no final das contas, o abacaxi fica para os netos.